quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O primeiro passo: qual concurso?! – parte III



Outra grande fonte de frustração para o candidato desinformado é aquela mania de ficar “pulando de concurso em concurso”. Um dia a pessoa acorda, dá uma olhada na internet e vê que saiu o edital para o TJ. Ok, vamos para o TJ! Apostilas, cursinho, videoaulas, dois meses de estudo e 4.078º lugar na classificação final. Hora de olhar mais algum edital, abriu concurso para o TCU. Todo mundo fala que lá é maravilhoso! Mais apostilas, cursinhos, etc., outros três meses de estudo e sua discursiva nem chegou a ser corrigida. Mas saiu o edital da Câmara! Mais apostilas, mais cursinho... Até que chega o momento do “acho que isso não é pra mim”.

Não existe isso de “concurso não é pra mim”. O que existe é falta de preparo e orientação na hora de começar. Não adianta engatar três anos de estudo nesse pingue-pongue, porque falta planejamento e eficiência. Na dúvida, pare um pouco e pense no caminho certo pra você.

Em primeiro lugar, pesquise sobre as áreas disponíveis: você tem alguma formação específica? Existe concurso para sua área? De quanto em quanto tempo sai algum edital? Você deseja uma área mais genérica, do tipo técnico administrativo? Quantas vagas costumam liberar a cada concurso? Com essas informações você já vai traçando um perfil a respeito do nível de competitividade que deverá atingir.

Em segundo lugar, pesquise sobre concursos compatíveis: se você deseja ser auditor do TCU, por exemplo, pesquise se há algum concurso compatível com esse, com as mesmas disciplinas (ou quase), ou com uma carreira que também te interesse. Uma vez que você já sabe sua prioridade, não custa nada sondar se há algum outro concurso para o qual possa se preparar, caso “seu” edital ainda demore a sair. Alguns cargos podem ter concurso o ano todo, como os de nível médio para a área administrativa, em diversos órgãos/entidades.

Em terceiro lugar, rastreie os editais: procure fazer concursos que exijam mais ou menos as mesmas matérias, assim você se prepara para vários ao mesmo tempo. Sempre há alguma coisa diferente, como inglês ou regimento interno, mas dependendo do cargo você pode encontrar editais quase idênticos, com duas ou três disciplinas de diferença – muitas vezes, não é preciso nem estudar essas disciplinas a mais para conseguir uma boa nota geral na prova. Pondere se vale a pena, escolha um concurso para ser sua prioridade e vá em frente.

Com essas dicas, você potencializa seu preparo, pois irá concentrar seus esforços numa mesma finalidade, em vez de dispersar seu tempo e sua energia em concursos que pouco têm em comum. É comum o concurseiro passar em um concurso para o qual não estava criando expectativas, só porque já vinha se preparando para outra prova com as mesmas disciplinas – ou seja, concentrou seus esforços e usou o planejamento a seu favor.

Enfim, depois eu falo sobre alguns fatores especificamente, e dou outras dicas que me ajudaram nesse caminho. Mas o mais importante é fazer uma escolha consciente desde o início. Assim, você evita toda aquela frustração de achar que “sou burrão porque estudei três meses pro Banco Central e não passei”. É claro que existem aquelas exceções, aqueles seres iluminados que passam no primeiro concurso que fazem, que estudam por três meses e passam no Senado. Sim, essas pessoas estão por aí. Mas não são a regra, e você não deveria basear sua estratégia na história delas. Se você der sorte ou tiver um cérebro acima da média, vai ser ótimo! Senão (como é o caso de 99% das pessoas), você não irá criar uma fonte de frustração e desânimo, porque saberá dosar seu nível de preparo e expectativa quanto ao concurso que você escolher.

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