quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

O primeiro passo : qual concurso?! – parte II



Mas o principal, algo que eu ouvi muito depois de ter começado a me preparar e que vale a pena ouvir no primeiro dia de estudo é: não tenha humildade na hora de escolher o cargo, mas também não tenha humildade na hora de se preparar (foram mais ou menos essas as palavras do professor Emerson Caetano).

Ou seja: se você quer o Senado, ótimo! Se quer ser auditor da Receita, procurador, consultor da Câmara, analista do Judiciário etc., maravilha. Mas saiba que o caminho é longo e está cheio de pessoas querendo o mesmo que você. Não se deixe levar somente pela remuneração: pare para avaliar seu potencial, o quanto está disposto a se dedicar, o quanto você deve saber para aquela determinada prova. Se o concurso que você escolheu é “faixa preta”, prepare-se para ser “faixa preta”! Ninguém acorda do nada a fim de ser fisiculturista e vai pra academia levantar 200kg. É preciso escolher a estratégia, dedicar muito esforço, e inclusive preparar o coração para possíveis decepções.

Pode ser que você descubra que, apesar da sua disposição de tempo, ainda não tem aquela disciplina para ficar oito horas estudando num dia. Ou pode ser que seu tempo diário de estudo não ultrapasse uma hora, por conta de outros compromissos e responsabilidades. Nesse caso, escolher um concurso mais disputado deve incluir uma boa dose de paciência e perseverança: é possível que demore mais tempo para você do que para outras pessoas que começaram há poucos meses.

No meu caso, por falta de experiência e orientação, acabei escolhendo o concurso do Senado logo de cara. Por acaso, o edital foi adiado em mais de um ano, e tive mais tempo pra me preparar. Mas imagina se eu tivesse, por exemplo, cinco meses para estudar para uma prova dessas? Aprender direitos, raciocínio lógico, informática, regimentos, revisar português, inglês, aprender a fazer as questões da banca examinadora...? Eu não fazia ideia de como o conteúdo é extenso, de como o que a gente lê nos livros é diferente do que é cobrado em prova, e principalmente como tem gente nesse Brasil estudando pra mesma coisa que eu!

Então, lembre-se: não seja humilde na hora de escolher, mas não seja humilde na hora de se preparar. Se achar que não conseguirá dedicar muito tempo e esforço à sua preparação, talvez seja o caso de começar com concursos menos concorridos, para órgãos/entidades que chamem mais candidatos – e, consequentemente, que paguem menos, ou que não sejam necessariamente aquilo que você gostaria. Depois de algum tempo de preparação, você pode chegar à conclusão de que já atingiu um nível maior de potencial, e aí estará na hora de subir alguns degraus e mirar mais alto.

Ok, e como eu vou saber isso?! Eu vou dar umas dicas que funcionaram pra mim:
Pesquise os concursos anteriores. Se é o Tribunal de Contas da União o que você quer, entre no site da banca examinadora do último concurso, procure os dados referentes à prova – como número de candidatos por vaga, nota daqueles que foram aprovados, conteúdos cobrados... Faça a prova desse último concurso, veja se você teria conseguido uma nota suficiente para passar; senão, veja quanto faltaria para você atingir, em que matérias você foi mal etc.
Se já tiver começado a estudar, avalie seu nível de aproveitamento. Veja se seus acertos estão aumentando ao fazer questões e provas – normalmente, para quem já está estudando, a hora de “subir alguns degraus” é aquela hora em que você começa a passar em alguns concursos considerados mais fáceis, como um cargo de nível médio em um Ministério, por exemplo. Chegando lá, você pode se considerar apto a entrar na competição por outros cargos mais disputados.

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