Todo mundo que estuda para concurso público já ouviu algum
amigo ou parente dizer “para com essa ideia, concurso público é carta
marcada/loteria/QI etc.”, e muitas
vezes a gente acaba se perguntando até que ponto isso é ou não verdade.
Realmente, depois de algumas várias experiências em provas de concursos,
cheguei à conclusão de que sim, há
uma certa dose de sorte/azar nessa história toda.
Fiz o concurso do TSE quase sem nenhuma expectativa, apenas
com o pouco de direito eleitoral que eu havia estudado uns meses antes, além
dos conhecimentos que eu vinha acumulando para fazer a prova do Senado.
Acontece que, por mais que eu não tivesse estudando muita coisa que seria
cobrada naquela prova, a banca resolveu cobrar justamente as coisas em que eu me saía melhor. Só para completar,
acertei todas as questões de administração financeira e orçamentária, tendo
apenas uma noção da matéria – a maior parte acertei no chute mesmo! Pra ficar melhor ainda, muitas alterações/anulações
de gabarito me favoreceram, o que me rendeu um empate na entre os cem primeiros
na colocação ao final do concurso! Sorte, ou não?
Por outro lado, para a Câmara dos Deputados, eu vinha me
preparando há muito mais tempo, com 8-10 horas diárias de estudo, milhares de
questões de prova, treinamentos avançados, turmas específicas etc. Porém,
quando olhei para a prova, eu disse “não
acredito!”. A prova estava completamente atípica para o padrão da banca, e veio cheia de erros que deixavam o candidato na
dúvida – e quando eu digo dúvida, quero dizer ok, acho que era isso que a banca queria ter perguntado, portanto eu
deveria querer marcar essa resposta – e o nervosismo só foi aumentando.
Para piorar, na parte da tarde, ao lado do meu local de
prova, estava rolando solto um festival cultural – e quando eu digo festival
cultural, quero dizer sambão do capeta
com carros buzinando e batidas de hip-hop (sentiu o ódio no coração?). Da
hora em que eu cheguei até a hora em que eu saí. No último volume. Num calor de
matar. Imaginem minha concentração me dizendo “querida, agora você pediu demais, fui”. Tive que apelar para todos
os meus truques e macetes de resolução de provas, e quase caí num branco mortal
em relação a uma das questões discursivas. Como se não bastasse, a banca anulou
várias questões, e houve candidatos subindo vinte pontos, enquanto eu só subi
quatro. Por fim, após o resultado final das discursivas, caí 32 posições, por
conta de outras pessoas que tiveram recurso deferido. Se isso não for azar, por
favor, me digam o que é!
E esses foram só alguns exemplos (se eu fosse contar tudo o
que eu já vi nessa jornada de concurso, não ia parar de escrever tão cedo).
Tá bom, mas o que essas histórias têm a ver? Gente, é
importante tirar uma lição de cada
coisa que acontece na sua vida, e se tem uma coisa que eu aprendi é que o nosso
preparo deve levar em conta inclusive
o fator sorte/azar. O que eu quero dizer é: quanto mais você estudar, treinar a
resolução de questões e provas, trabalhar sua concentração e seu emocional,
menos você irá depender desses fatores. Assumo de cabeça erguida que, se isso
aconteceu comigo, é porque meu preparo ainda
não atingiu o nível máximo. Ainda tenho muito a trabalhar, e meu objetivo é
estar entre os primeiros colocados – ou ao menos dentro das vagas –
independentemente de erros da banca, pagodes embalando minha prova, recursos
não aceitos e outras surpresas.
Resumindo, prepare-se
para esse tipo de situação. Saiba que não basta fazer uma boa prova quando
estiver simulando em casa, no silêncio do seu quarto, usando suas pantufas e
tomando café. Experimente estudar num local cheio de gente, ou com uma música
que não te agrade (às vezes o próprio vizinho já providencia isso sem a gente
ter que pedir), com frio/calor. Teste (ou melhor, desafie) sua concentração. Quanto aos erros da própria banca, já
falei em outro momento sobre a importância de resolver questões. Prepare-se
para o pior, assim você estará mais “blindado” para o que der e vier, e com
certeza sua aprovação chegará mais rápido!
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