sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

A importância de resolver questões de prova



Na hora de estudar, quando vemos aquelas pilhas intermináveis de livros e leis, dá um desespero quanto ao que fazer. Para mim, uma tática que dá muito certo é: resolver questões da banca que vai aplicar sua prova.

Muitos candidatos acabam só lendo a Constituição, ou os livros gigantescos de direito. Pra quem dispõe de muito tempo, isso é ótimo. Mas, se eu tiver que escolher entre ficar lendo conteúdo ou fazendo questões, fico com a segunda opção, por vários motivos.

Em primeiro lugar, cada banca examinadora tem um estilo próprio de perguntar e cobrar o conteúdo. Quem passou a vida fazendo questões de múltipla escolha vai se espantar ao fazer uma prova do Cespe, por exemplo, que pede para o candidato valorar cada item como certo ou errado. Por sua vez, quem sempre fez este tipo de prova pode ficar confuso ao ler os itens de uma questão de múltipla escolha, pois nem sempre há só um item correto – os professores vivem alertando para analisarmos qual opção é “a mais correta”. Esse tipo de feeling só se consegue após a resolução de muitas questões.

Em segundo lugar, essa tática é uma forma eficiente de conhecer como cada banca examinadora faz as perguntas em si. Algumas bancas cobram a literalidade da lei ou da Constituição, enquanto outras gostam de cobrar situações-problema, ou a jurisprudência relativa ao assunto. Algumas gostam de pura análise gramatical, enquanto outras cobram questões mais interpretativas ou textuais. Algumas cobram questões mais simples de raciocínio lógico, enquanto outras exigem um padrão ninja na matéria – quem já fez prova da Esaf sabe do que eu estou falando. Resolvendo muitas questões da banca que aplicará sua prova, você direciona seus estudos e se prepara para o tipo de pergunta que irá encarar.

Em terceiro lugar, é a melhor forma de otimizar seus estudos. Após resolver, por exemplo, cem questões de uma determinada matéria e de uma determinada banca, você perceberá um padrão nas perguntas, nos conteúdos exigidos e até nos enunciados. Verá que a banca “X” sempre pergunta sobre equivalências lógicas, ou sempre cobra competências do Presidente da República, ou sempre pede alguma coisa sobre etapas da execução da despesa. Verá que, dentro da uma determinada matéria, há aqueles tópicos sempre cobrados, e outros que só aparecem raramente em prova. Dessa forma, de acordo com a sua disponibilidade de tempo, você irá orientar seus estudos com prioridade para aquilo que é mais cobrado, deixando os outros tópicos para quando você já estiver dominando os mais importantes.

Para ir montando seu próprio “banco de questões”, sugiro uma dica que aprendi com outros professores (especialmente o professor Gladson Miranda): ao fazer as questões, procuro a resposta de cada uma no livro referente à matéria; ao encontrar a resposta, anoto naquela página a questão (banca/órgão/cargo/ano). Sim, dá muito trabalho. Mas depois de algumas dezenas ou centenas de questões (já deu preguiça? Olha lá, hein!), você terá transformado seu livro em um verdadeiro “mapa da mina”, com tudo aquilo que mais cai em provas. Quando seu concurso estiver próximo, releia tudo o que você marcou, e qualquer semelhança com a prova não será mera coincidência:

 (meu livro de Direito Constitucional [Descomplicado, de Marcelo Alexandrino e Vicente Paulo, edição de 2009]: questões do Cespe, da FGV, da FCC...)

Também é muito importante praticar questões discursivas, mas vou deixar pra falar sobre elas depois. Enfim, deu pra ver como é fundamental resolver questões? É claro que, dependendo da sua disponibilidade de tempo, também é importantíssimo ler a Constituição, ler as leis, os livros, fazer provas inteiras, assistir às aulas etc. Mas sempre reserve um bom tempo para as questões de prova, e seu rendimento irá subir muito!

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